Serra enfrenta greve de professores mobilizando a polícia
Cerca de 300 policiais armados e um helicóptero da Polícia Militar, em demorado sobrevôo, foram mobilizados ontem, pelo Governo José Serra (PSDB), em resposta aos professores da rede estadual que, em greve desde segunda-feira, realizaram passeata e assembleia nas ruas de São Paulo. O sindicato da categoria (Apeoesp) calculou em 15 mil o total de manifestantes.
Com slogans como “A Educação vai derrotar José Serra”, professores da capital, do litoral e do interior participaram da assembleia que decidiu manter a greve. Eles reivindicam reajuste salarial de 34,3% e incorporação das gratificações, extensiva aos aposentados.
A professora de alfabetização (1ª a 4ª série) Ana da Conceição Antunes enfrentou seis horas de estrada, desde Bauru, para participar da manifestação.
“Tenho 23 anos de magistério e, por causa do critério implantado pelo Serra, de elaborar uma prova para medir a capacidade, estou encostada na escola, sem ter aulas para dar. Virei reserva. Recebo apenas R$ 700 por mês e temo perder de vez o meu trabalho. É uma situação humilhante para quem dedicou uma vida para a escola. Contra o Serra, viajaria quanto tempo fosse necessário”.
Temendo perder o emprego, André Abreu e sua esposa Andréia Tairon, professores na zona leste paulistana, usaram fantasias para protestar contra a política educacional do PSDB. Ele se vestiu com roupa de Batman e máscara de homem-aranha e explicou: “Para aguentar ser professor no governo Serra, precisa ser duas vezes super-herói”, disse ele
Já Andréia usou a máscara do personagem macabro Jaison, que originalmente esquarteja suas vítimas, para externar sua revolta diante do tratamento do governo tucano aos professores.
“Uso esta fantasia por que o professor tem que serrar o Serra, pela falta de respeito, pela humilhação que ele tem feito os professores passarem”. Os professores vão realizar nova assembleia no dia 19. Outras categorias ligadas à educação, como funcionários das escolas, podem aderir ao movimento
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